Tuesday, June 7, 2011

Ensaio sobre o papel da aleatoriedade na construção de uma disfunção mental

Imagine-se uma sala vazia, em silêncio. De repente, torna-se audível o pingar de uma torneira. Um pingar constante, gota a gota, que não parece perto de acabar. Tenho os neurónios fritos de tal forma que quase imagino esse gotejar de dar em doidos, só para me distrair. Mas não, não me posso distrair porque tenho de trabalhar. Como se não bastasse, está uma melga à solta na mesma divisão que eu, escondida sorrateiramente num qualquer recanto sombrio depois da minha primeira tentativa falhada para, digamos, lhe mostrar o caminho para o céu das melgas. Mas eu sei, sei que ela está ai à espreita, à espera do meu minuto de distracção para atacar. Também ela conta as gotas que ecoam na minha cabeça, aguardando pacientemente o momento propício à resolução que tanto deseja. Está a olhar para mim, eu sei que está - a programar o sítio exacto onde me vai picar, o sítio mais propício à sua escapatória em segurança e que mais desconforto me dára, levando talvez a lesões de coceira que tão bem descritas seriam no exame prático de Introdução à Clínica. Tenho medo sim. Se eu também voasse podia voar atrás dela, assim limitar-me-ei a esperar pelo meu destino tão fatal como... o destino.
Brincadeira à parte, preconizo que não saio daqui hoje sem estar picada. Valha-me o Fenistil!

Saturday, May 28, 2011

Sunday, January 16, 2011

Quero devorar chocolate

Quando se bate em algum lado dói. Porque é que me dói a alma se não bati com ela em lado nenhum?

Na noite escura brilham os pirilampos

É claro que não é tarde - É noite! Porque é que me dizem que é tarde?

Wednesday, November 24, 2010

Cadeira.

Não podemos saber o quão confortável é estar sentado numa cadeira sem primeiro termos estado meia hora sentados num banco.

Sunday, November 7, 2010

Microbiologia

Depois de ter confirmado as caixas de entrada de todos os meus e-mails, visto e revisto tudo o que havia para ver no facebook, e até dar uma olhadela em alguns blogs, vejo-me agora sem nada para fazer que não estudar microbiologia. Bolas.
Vou comer pão com manteiga.

Monday, August 30, 2010

Unha partida

No outro dia estava eu muito bem quando ao mínimo deslize parti uma unha, e SIM, DOEU! Foi então que com uma grande dor (física) me apercebi que não me poderia queixar porque, aparentemente, as pessoas têm tendência a achar somehow cómica a frase "Ai! Parti uma unha!".
É verdade, tivesse eu entalado o dedo ou escorregado e aterrado no chão, prontamente compreenderiam o meu sofrimento, mas partir uma unha, que é uma experiência igualmente dolorosa, é totalmente ridicularizado!
O que se pode fazer então? Tentar ao máximo não partir as unhas? Claro está, o problema é que isso impede que se faça qualquer tipo de tensão nas ditas cujas, e se temos de fazer alguma coisa e nos justificamos com isso, do género de:
-"Vamos todos saltar de uma ponte!"
-"Desculpa, não posso porque tenho medo de partir uma unha"
Óbvio, vai ser igualmente ridicularizado.

Bem, e com isto tudo suponho que o melhor é mesmo não deixar crescer as unhas.
...e também não me parece que saltar de pontes seja muito aconselhado.